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Salto alto com cautela

Eles são os queridinhos das mulheres mais vaidosas e indispensáveis nos guarda-roupas femininos. Os calçados de salto alto acompanham as mulheres há décadas, mas usados continuamente e de forma inapropriada podem causar danos irreversíveis, principalmente à coluna.

Um trabalho de mestrado da professora Patrícia Pezzan, do Curso de Fisioterapia do campus em Poços de Caldas, trata desse assunto de forma prática. Foram entrevistadas 50 adolescentes do sexo feminino de 13 a 20 anos de idade, usuárias de calçados de salto alto, e 50 adolescentes não usuárias. O estudo postural foi feito por fotografias nas condições descalça e com salto anabela. O objetivo foi avaliar a influência dos calçados de salto alto na postura, uma vez que o uso do mesmo se torna cada vez mais precoce.

O trabalho, realizado no Laboratório de Avaliação Musculoesquelética do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP, em colaboração com a Clínica de Fisioterapia da PUC Minas em Poços de Caldas, mostrou que o calçado de salto alto, especialmente o anabela, influencia de forma negativa tanto na postura da coluna lombar, bacia (pelve) e pernas (membros inferiores), quanto na marcha de meninas na fase de crescimento. “Se as adolescentes já começam cedo a fazer uso prolongado do salto alto, podem terminar a fase de crescimento ósseo e muscular já com alterações na postura e na marcha. Essas alterações, ao longo do tempo, podem gerar dores, um desequilíbrio muscular muito grande, estresse articular e até degeneração das articulações”, diz a professora.

Resultados práticos

A conclusão final do trabalho revela que, por se tratar de adolescentes, o uso constante e inapropriado do salto alto pode causar, com o tempo de utilização, futuros problemas como dores e disfunções musculares e articulares. O desenvolvimento do trabalho e as conclusões dão suporte a procedimentos terapêuticos e, especialmente, preventivos nessa população.

Para a professora Patrícia, algumas dicas são essenciais quanto ao uso de salto. “Deve ser utilizado de forma esporádica, em ocasiões que não fazem parte do dia comum de trabalho. Para o dia a dia devemos optar por calçados mais confortáveis, de saltos mais baixos e mais largos, confeccionados com um material mais flexível”, diz. Porém, ela explica que o extremo também é prejudicial: “Os calçados com solados planos, como sapatilhas, também não são bons, pois aumentam a sobrecarga no calcanhar, modificam o arco do meio dos pés e, consequentemente, trazem alterações posturais e dores”.

Fique atento às características do calçado ideal:

- Material confortável e flexível que acomode as curvas dos pés;
- solado mais grosso com altura de aproximadamente 3 cm ou uma leve plataforma com essa mesma altura de salto;
- o calçado deve ser seguro nos pés. Evite os tamancos e rasteirinhas que são mais instáveis;
- as características também são válidas na hora de comprar tênis, que, dependendo do modelo escolhido, podem ser prejudiciais.

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